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sábado, 7 de maio de 2011

Artigo: Fotografia brasileira - A beleza escondida na natureza

Titulo:
Fotografia brasileira - A beleza escondida na natureza
Autores:
Claudia Silva Guimaraes (claudia.silva.design@gmail.com)
Marcela Guimaraes Prado (marcelaprado.design@gmail.com)
Nívia Paula Ferreira Oliveira (niviapaula100@gmail.com)
Resumo:
Esse artigo foi escrito para mostra a essência das fotos do fotografo Araquem Alcântara.
Palavra-chave:
Fototragafia; foto; imagem; fotografia-expressão; paisagem submersa; fotografia; documental; arte brasileira e e natureza.

Title:
Photo-A Brazilian beauty hidden in nature.
Authors:
Claudia Silva Guimaraes (claudia.silva.design@gmail.com)
Marcela Guimaraes Prado (marcelaprado.design@gmail.com)
Nívia Paula Ferreira Oliveira (niviapaula100@gmail.com)
Abstract:
This article was written to show the essence of the pictures the photographer AraquémAlcantara
Keywords:
Photograph; picture; image; photo-expression; submerged landscape; photography documentary; Brazilian art and nature.

1. 
Introdução 
Um trabalho fotográfico possui vida própria ou deve ser justificado por si mesmo. Cada fotógrafo deve estar consciente da ação de fotografar que, além de "captar imagens", é um registro da sua opinião sobre as coisas e sobre o mundo. A sua abordagem sobre qualquer tema o define e o expressa. Há aqueles que só aplicam a técnica fotográfica e outros que a utilizam como meio, extrapolando o bidimensional, expandindo-se no tridimensional de informação e da expressão. Cabe a nós adequarmos a fotografia ao nosso sentimento, sensibilidade e criatividade. A fotografia tem linguagem própria e seus elementos podem ser manipulados pelo estudo e a pesquisa ou pela própria intuição do fotógrafo.Temos que saber que o equipamento nos permite que a fotografia aconteça com certa precisão, mas estes aparatos somente são instrumentos que o fotógrafo utiliza dependendo do seu posicionamento, conhecimento e vivência da realidade que pretende retratar.O fotógrafo deve utilizar o plano visual com elementos precisos, como se fosse uma "mala de viagem", cuja ocupação requer racionalidade e utilidade dos componentes. É a elaboração criativa destes elementos dentro do quadro visual, que permite a sintetização da idéia na retratação da realidade.

2.Referencial teórico-conceitual 
O presente referencial teórico e conceitual tem por objetivo elucidar e dar embasamento ao tema-objeto da pesquisa, através da seleção e leitura de autores que abordam conceitualmente e teoricamente os assuntos relacionados à temática proposta.
A importância deste referencial está relacionada ao fornecimento de elementos que fundamentam os aspectos conceituais e teóricos do estudo e da área em questão, contribuindo para a eficiência das análises a serem efetuadas, a fim de se obter os melhores resultados dentro da construção do conhecimento científico. São abordados neste referencial os conceitos de Fotografia Brasileira, que representa a beleza escondida na natureza: na fauna e na flora.

3.Materiais e métodos 

Para análise das fotografias usaremos os seguintes elementos da linguagem da fotografia:

Planos - corte, enquadramento/ Foco - foco diferencial, desfoque, profundidade de campo/ Movimento - em maior e em menor grau, estaticidade/ Forma - espaço/ Ângulo - posição da máquina/ Cor - gradação de cinzas, as cores/ Textura - impressão visual/ iluminação - sombras, luzes/ Aberrações - óticas, químicas/ Perspectiva – linhas/ Equilíbrio/ Composição - balanço, arranjo visual dos elementos planos. Para melhor entendimento da análise das fotografias, um breve resumo teórico dos critérios adotados:
Planos
Quanto ao distanciamento da câmera em relação ao objeto fotografado, levando-se em conta a organização dos elementos internos do enquadramento, verifica-se que a distinção entre os planos não é somente uma diferença formal, cada um possui uma capacidade narrativa, um conteúdo dramático próprio.
É justamente isso que permite que eles formem uma unidade de linguagem, a significação decorre do uso adequado dos elementos descritivos e/ou dramáticos contidos como possibilidades em cada plano.
Veremos cada plano, usando a nomenclatura cinematográfica para, didaticamente, facilitar as definições dos enquadramentos ajudando seu estudo. Os planos se dividem em cinco grupos: - o grande plano geral; - o plano geral; - o plano médio; - o primeiro plano e - o plano de detalhe:
1 ) Grande Plano Geral (GPG)
O ambiente é o elemento primordial. O sujeito é um elemento dominado pela situação geográfica. Objetivamente a área do quadro é preenchida pelo ambiente deixando uma pequena parcela deste espaço para o sujeito que também o dimensiona. Seu valor descritivo está na importância da localização geográfica do sujeito e o seu valor dramático está no envolvimento, ou esmagamento, do sujeito pelo ambiente. Pode enfatizar a dominação do ambiente sobre o homem ou, simbolicamente, a solidão.
Ângulo
2 ) Plano Geral (PG)
Neste enquadramento, o ambiente ocupa uma menor parte do quadro: divide, assim, o espaço com o sujeito. Existe aqui uma integração entre eles. Tem grande valor descritivo, situa a ação e situa o homem no ambiente em que ocorre a ação. O dramático advém do tipo de relação existente entre o sujeito e o ambiente. O PG é necessário para localizar o espaço da ação
3) Plano Médio (PM)
É o enquadramento em que o sujeito preenche o quadro - os pés sobre a linha inferior, a cabeça encostando na superior do quadro, até o enquadramento cuja linha inferior corte o sujeito na cintura. Como se vê, os planos não são rigorosamente fixados por enquadres exatos. Eles permitem variações, sendo definidos muito mais pelo equilíbrio entre os elementos do quadro, do que por medidas formais exatas.
Os PM são bastante descritivos, diferem dos PG que narram a situação geográfica, porque descrevem a ação e o sujeito.
4 ) Primeiro Plano (PP)
Enquadra o sujeito dando destaque ao seu semblante. Sua função principal é registrar a emoção da fisionomia. O PP isola o sujeito do ambiente, portanto, "dirige" a atenção do espectador.
5 ) Plano de Detalhe (PD)
O PD isola uma parte do rosto do sujeito. Evidentemente, é um plano de grande impacto pela ampliação que dá a um pormenor que, geralmente, não percebemos com minúcia. Pode chegar a criar formas quase abstratas.
Foco:
Dentro dos limites técnicos, temos possibilidades de controlar não só a localização do foco, como também a quantidade de elementos que ficarão nítidos.
Além disso, podemos também trabalhar com a falta de foco, ou seja, o desfoque.
Podemos enfatizar melhor um elemento da fotografia sobre os demais, selecionando-o como ponto de maior nitidez dentro do quadro. A escolha depende do autor mas a força da mensagem deve muito ao foco. É ele que vai ressaltar um certo objeto em detrimento dos outros constantes no enquadramento. A pequena falta de foco de todos os elementos que compõem a imagem pode servir para a suavização dos traços, o contrário acontece quando há total nitidez, que demonstra a rudeza ou brutalidade da realidade.
Movimento:
O captar ou não o movimento do sujeito é também uma escolha do fotógrafo. Às vezes, um objeto é realçado quando a sua ação é registrada em movimento, ou o movimento é o principal elemento, portanto deve-se captá-lo. Outras vezes, a força maior da ação reside na sua estagnação, na visão estática obtida pelo controle na máquina.
Forma:
Forma não é só o contorno; é o modo do objeto ocupar espaço. As possibilidades normais da fotografia, fornecem aspectos bidimensionais da imagem; a forma, enquanto aspecto isolado, pode fornecer a sensação tridimensional. A maneira pela qual a câmera pode fornecer a sensação tridimensional, depende de alguns truques visuais, tais como: a maneira pela qual as imagens são compostas; os efeitos da perspectiva; a relação entre os objetos longe e objetos próximos.
A câmera pode ser situada tanto na mesma altura do sujeito, , como também abaixo ou acima dele. Ao fotografarmos com a máquina de "cima para baixo" (mergulho), ou de "baixo para cima" (contra-mergulho) temos que nos preocupar com a impressão subjetiva causada por esta visão.
A máquina na posição de mergulho, tende a diminuir o sujeito em relação ao espectador e pode significar derrota, opressão, submissão, fraqueza do sujeito; enquanto que o contra-mergulho pode ressaltar sua grandeza, sua força, seu domínio. Evidentemente estas colocações vão depender do contexto em que forem usadas.
Cor:
É a mais imediata evidência da visão. Ela pode propiciar uma maior proximidade da realidade, limitando a imaginação do espectador, o que já não acontece nas fotos B&P que nos fornece, nos meios tons, a sensação de diferença das cores. A escolha de B&P ou colorido, vai determinar diferentes respostas do espectador, já que as cores também são uma forma de sugerir uma realidade enganosa. A cor pode e deve ser usada desde que sob um cuidadoso controle estético.
Textura:
A textura fornece a idéia de substância, densidade e tato. A textura pode ser vista isoladamente. A superfície de um objeto pode apresentar textura lisa, porosa ou grossa, dependendo do ângulo, dos cortes, da luz...
A eliminação da textura na fotografia pode causar impacto, uma vez que é a forma de eliminar aspectos da realidade, distorcendo-a. A textura é elemento muito importante para a criação do real dentro da fotografia, embora possa, também, desvirtuá-lo.
Iluminação:
A iluminação fornece inúmeras possibilidades ao fotógrafo. Ela está interligada aos outros elementos da linguagem, funcionando de forma decisiva na obtenção do clima desejado, seja de sonho, devaneio, ou de impacto, surpresa e suspense. A iluminação pode enfatizar um elemento, destacando-o dos demais como também pode alterar sua conotação.
Aberrações:
As aberrações podem ser causadas quimicamente ou oticamente.
Todas as deformações da imagem, que a técnica fotográfica nos permite usar, têm conotações bastante marcantes. As deformações, causadas nas proporções das formas dos elementos da foto, fogem á realidade causando um forte impacto. Outras aberrações, como a mudança dos tons, das cores, pode criar um clima de sonho, de "fora do tempo", de irreal. Todas estas mudanças da realidade provocadas intencionalmente pelo fotógrafo, têm como objetivo primordial a alteração do clima de realidade e, portanto, devem ser muito bem elaboradas.
Perspectiva:
A perspectiva auxilia a indicação da profundidade e da forma, uma vez que cria a ilusão de espaço tridimensional. Ela se determina a partir de um ponto de convergência que centraliza a linha, ou as linhas principais da fotografia.
Composição e Equilíbrio:
Composição é o arranjo visual dos elementos, e o equilíbrio é produzido pela interação destes componentes visuais.
O equilíbrio independe dos elementos individuais, mas sim do relativo peso que o fotógrafo dá a cada elemento. Desta maneira, considera-se que o mais importante para o equilíbrio é o interesse que determinará a composição dos outros elementos, tais como: volume, localização, cor, conceituação. Como todos os outros elementos, o equilíbrio será conseguido de acordo com os propósitos do fotógrafo, de evocar ou não estabilidade, conforto, harmonia, etc....


4. Discussão e análise dos resultados


Esta fotografia foi tirada para a primeira exposição do fotógrafo chamada "Os urubus da sociedade". Ela retrata o descaso da alta sociedade que não se importa com a situação dos menos privilegiados economicamente que viviam em meio aos urubus. As cores, o preto, branco e escalas de cinza acentuam esta diferença, até mesmo pelo branco excessivo da blusa da criança e o preto do urubu. O plano geral utilizado mostra os dois personagens que contam toda uma história de diferença social através de uma situação inusitada.

Esta fotografia foi tirada para o livro intitulado "Retratos de um sertão sem fim" que mostra peregrinações em estradas de terra em lugares do Brasil pouco conhecidos. Nesta fotografia foi utilizado um grande plano geral mostrando a paisagem, que é muito marcante pela presença de sombras causadas pelo sol que realçam as diferenças topográficas do local. Além da paisagem a fotografia conta a história de um destes peregrinos e seus companheiros: o burro e o cachorro. Como o principal elemento da foto é a sombra, que fica mais explicita pelas cores ( preto, banco e escalas de cinza) os personagens parecem ser figuras obrigatórias na paisagem por também terem suas sombras projetadas neste fundo.

Esta foto faz parte do projeto "Mata Atlântica"que tem como objetivo mostrar o que restou desta mata brasileira que está ameaçada de extinção. Este projeto quer conscientizar sobre a necessidade de se tomar uma atitude para a preservação deste lugar que tem tantas belezas ao dispor de todos. A fotografia mostra de forma singular a beleza de um riacho, onde o principal elemento é o reflexo causado pelo sol e pela copa das árvores, em um plano geral. As cores são o verde da copa das árvores e o marrom-alaranjado do fundo do riacho, deixando transparecer o ambiente úmido e intimista do local.

5.Considerações finais
A partir da análise das fotografias em questão concluímos que as fotografias de Araquém Alcântara sempre têm um cunho de 
represália e crítica social, engajadas com alguma causa importante para a sociedade brasileira. Usando as cores, o foco, a perspectiva e outros recursos fotográficos a favor da sua intensão em cada fotografia. 

6.Referências
- Fotografias disponíveis em <http://www.araquem.com.br/>. Acesso em 18 de março de 2011. 
- Machado, Arlindo – Recolocações (À Guisa de Introdução) e  Fissuras na Profundidade de Campo. In: A Ilusão Especular. São Paulo: Editora Brasiliense. 1984.
- Costa, Helouise e SIlva, Renato Rodrigues da – A Fotografia Moderna no Brasil. Editora Cosac Naify. 2004.